Considerando a necessidade de se escolher entre opções mutuamente exclusivas (difíceis, inconvenientes, contraditórias, antagônicas) que venham gerar perplexidades e intensas batalhas valorativas, tem-se aquilo que se pode definir como “dilema”.
Um dos “dilemas” inquietantes é aquele que exige “o confronto da sociedade com a falta de humanização entre os homens”. Toda vez que se vê obrigada a escolher entre redefinir a imagem de homem para adequá-la ao papel desumano legado pela própria humanidade e abandonar o rótulo "humanidade" e criar uma versão idiossincrática de homem para reconhecer a falta de humanização que o individualiza, as dificuldades são enormes.
“Manter uma imagem humanista diante da desumanização e, ao mesmo tempo, relegar o humanismo a uma idealização” é, certamente, também, bem complicado.
Em 01/10/2010, concluía o prefácio à primeira edição do meu livro intitulado “Dilemas cotidianos” (ISBN: 978-85-88925-12-0), editado e publicado no ano de 2010, há 15 anos passados, no qual levo em conta reflexões sobre as contradições que tornam os homens antagônicos à humanidade ao expor, de forma não explícita ou categórica, supostos dilemas que impedem o avanço do homem em sua humanidade e/ou contradizem o básico da dignidade humana.
DIAS, C. M. C. - 2025
O livro pretende instigar e conduzir ao repensar para transcender a aparente humanidade consolidada frente ao aviltar o valor do próprio homem. Aventa-se que se uma chave existe para resolver o dilema central e alcançar em direção a humanização almejada, então se supõe que o reconhecimento e a manutenção efetiva da dignidade intrínseca de cada ser seria a forma mais adequada, mas não a definitiva.
Mas, sempre, se defenderá que a dignidade é o atributo da humanização. Seu desrespeito gera opressão, escravidão e degradação.
“Dilemas cotidianos” manifesta o desejo de que sua leitura oportunize e dissemine reflexões que possam priorizar a promoção humana como um natural processo evolutivo.
Como faço observar naquele prefácio “não se tem vislumbrado a possibilidade, mesmo que remota, de se renunciar às posições consolidadas. Parece, também, não ser de todo concebível manter uma imagem humanista de homem sem deixar de levar em conta a desumanização da humanidade e, nem tão pouco, se pode admitir a inexistência do humanismo relegando os dogmas associados à humanidade do homem a uma idealização compulsória assaz insatisfatória que centrada na sempre visão pluralista de sociedade impõe apenas mais contradições”.
“Dilemas cotidianos” põe em confronto questionamentos sobre os “dilemas” que exigem o reconhecimento das contradições que fazem dos homens contrários à humanidade ao obrigarem os mesmos homens a deixar a dignidade que deveria os distinguir de lado.
As contradições fazem dos homens seres antagônicos a despeito da razão que deveria acordar a dignidade na humanidade.
Carlos Magno Corrêa Dias
14/10/2025
14/10/2025