28 de out. de 2025

Depressão e suicídio no trabalho são questões de Saúde Pública.


Apesar dos índices crescentes, a depressão e o suicídio persistem como “tabus” no ambiente corporativo. A saúde mental deixou de ser um tema secundário para se tornar uma questão de urgência ética e estratégica, mas a realidade é que o sofrimento é frequentemente ignorado ou subestimado. O terreno fértil para o esgotamento mental é criado por uma cultura de alta performance, jornadas exaustivas, constante pressão por resultados, falta de reconhecimento e competitividade exacerbada.

A Síndrome de Esgotamento Profissional (“Burnout”) é identificada como um sério distúrbio causado por estresse crônico no trabalho, que pode ser a porta de entrada para a depressão. Sintomas incluem cansaço extremo, desmotivação e afastamento social, intensificados pela falta de autocuidado e de ajuda médica.

No meu artigo intitulado "Depressão pode levar o trabalhador ao suicídio" considero que “o adoecimento mental no trabalho é um sintoma alarmante de um sistema que prioriza a produtividade e o lucro em detrimento do bem-estar humano, sendo a depressão uma grave doença que, quando não tratada, pode culminar em suicídio”.

No artigo se discute a constante adaptação exigida pelo mundo moderno que pode levar ao negligenciamento da saúde mental a qual, na mais simples das observações, constitui uma falha ética, estratégica e econômica.

O impacto no trabalho manifesta-se em absenteísmo, presenteísmo (estar presente, mas sem produtividade), alta rotatividade e perda de inovação. A responsabilidade social e ética das empresas exige uma mudança de paradigma. O diagnóstico da depressão no trabalho é um desafio, pois os sintomas podem ser erroneamente interpretados como “falta de desempenho”.

A depressão é uma doença séria, com sintomas que variam de tristeza profunda e persistente à perda de prazer e alterações físicas. O artigo reitera que o suicídio é um complexo problema de saúde pública e, embora influenciado por múltiplos fatores, pode (e deve) ser prevenido.

As medidas urgentes a serem adotadas pelas empresas são: reconhecer a depressão como uma questão de saúde organizacional; investir em políticas de bem-estar; treinar líderes para identificar o sofrimento mental com empatia e confidencialidade; bem como desmistificar os tabus, encorajando o diálogo aberto e sem julgamentos, pois "falar sobre o suicídio" é o primeiro e mais importante passo na prevenção.

DIAS, C. M. C. - 2025

O artigo "Depressão pode levar o trabalhador ao suicídio" encontra-se disponível na página da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e na página do Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), respectivamente, nos endereços: https://www.fne.org.br/index.php/artigos/7467-artigo-depressao-pode-levar-o-trabalhador-ao-suicidio e https://www.seesp.org.br/site/comunicacao/noticias/item/23565-depressao-pode-levar-o-trabalhador-ao-suicidio.

Carlos Magno Corrêa Dias
28/10/2025