29 de abr. de 2013

Indiferença e Silêncio Confirmam Baixa Preocupação.


O Dia 28 de abril, DIA DA EDUCAÇÃO em nosso país, passou mais uma vez e uma única “palavra” foi pronunciada, um único evento foi realizado, atividade alguma foi desenvolvida (em muitas das Instituições de Ensino que se dizem de excelência no tocante à Educação). Apenas o costumeiro silêncio se fez presente. Não foram realizadas as esperadas atividades que poderiam promover a ampliação da necessária conscientização e possível intensificação de mobilização efetiva no sentido de garantir ações para dissipar os graves problemas que assolam a Educação brasileira. Vazio, descaso, indiferença, absoluta apatia e conveniência do não comprometimento foram percebidas naqueles locais do “mundo real”.

Talvez, não tenham sido permitidas quaisquer manifestações (naqueles locais onde a vacância sobre o tema reinou) tendo em vista, é claro, o fraco desenvolvimento da EDUCAÇÃO em nosso país, pois, embora seja notório no entendimento de qualquer cidadão, que estejamos caindo de todos os rankings que tratam da qualidade e da excelência na Educação, muito provavelmente, algumas instituições possam avaliar que fazer de conta que não são responsáveis pelo semelhante caos em que se encontra a Educação em nosso país é algum tipo de saída (aceitável).

Aproveitemos, então, o momento oportunizado pela data em referência para chamar a atenção sobre alguns números (assustadores) relacionados com a Educação no Brasil.

Segundo o Censo Demográfico de 2010 (realizado pelo IBGE) a população do Brasil era de 190.755.799 (cento e noventa milhões, setencentos e cinquenta e cinco mil, setecentos e noventa e nove) habitantes.

Mas, do total daquela enorme população de seres racionais e pensantes, tínhamos, absurdamente, que:
- quase 95 (noventa e cinco) milhões de Brasileiros NÃO TERMINOU OU SIMPLESMENTE NÃO CURSOU O ENSINO FUNDAMENTAL;
- aproximadamente 15 (quinze) milhões de Brasileiros eram ANALFABETOS ABSOLUTOS;
- mais de 120 (cento e vinte) milhões de Brasileiros foram qualificados como ANALFABETOS FUNCIONAIS; e,
- quase 175 (cento e setenta e cinco) milhões de Brasileiros NÃO POSSUIAM ENSINO SUPERIOR.

Tais números não mudaram. Pelo contrário, há informes que dão conta que existe um aumento progressivo daqueles resultados. Muito pouco foi realizado para alterar o quadro nestes últimos anos, pois outras são as preocupações que estão exigindo uma maior atenção (ao que se pode conjeturar).

O fato é que, mesmo diante destes números criminosos, a omissão (em dados setores do “mundo real”) se mostra a melhor saída. Seria colocar a cara para bater se alguma atitude (tanto naquele dia, como em outros anteriores) fosse promovida no sentido de promover as necessárias discussões e os urgentes trabalhos que deveriam estar sendo executados para sanarmos (ou ao menos amenizarmos) as inúmeras dificuldades quanto a termos uma Educação de qualidade para todos os Brasileiros. Apenas os protocolos são seguidos. O paradigma parece estar consolidado. A normalidade segue seu rumo como se tudo estivesse em conformidade com o aceitável. Lamentável. Absurdo. Triste.

Mas, completando aquele dia de elisões, alguém teria procurado me consolar dizendo: “Professor não se aborreça com semelhante situação, alguns até esqueceram da data (outros não sabiam mesmo), mas isto não é tão importante, pois dado o estado em que se encontra a Educação no nosso país não teríamos mesmo o que comemorar”.

Carlos Magno Corrêa Dias
29/04/2013