14 de set. de 2012

Rumos Convergentes entre Educação e “Sustentabilidade”.


Ao se objetivar incrementar o diálogo entre as Instituições Acadêmicas e as Indústrias é necessário considerar que Ciência e Tecnologia deveriam perseguir um mesmo objetivo. Este poderia ser o tom das conversas ou diálogos a serem mantidos entre os diversos agentes em referência para traçarmos um rumo efetivo que leve, rapidamente, ao desenvolvimento de nosso país.

Desenvolver uma Política de Estado capaz de agregar as forças da Indústria, da Universidade e do Governo, bem como, dos demais Setores da Sociedade, para atingir, efetivamente, a melhoria de vida das Pessoas e o pleno desenvolvimento da Nação é fundamental para o real progresso do país e para deixarmos de vez, num passado distante, o estigma de sermos um país subdesenvolvido. Porquanto, é pensado que não havendo este fim comum cada setor continuará trabalhando isoladamente e, em muitas das vezes, reproduzindo esforços já empreendidos; correndo-se o risco, como é muito natural, de sequer considerar vários aspectos importantes para o progresso.

A união de esforços entre o Governo, os Setores de Produção e a Academia, visando o real desenvolvimento da Nação e a qualidade de vida da Sociedade, poderia ser atingida se estes atores se pautassem firmemente nas Leis Federal e Estaduais de Inovação (agregando, também, quando for o caso, as possibilidades das Leis Municipais de Inovação) para perspectivar as necessárias soluções dos inúmeros problemas do mundo real. Mas, como já observado em oportunidades anteriores, no Paraná, em particular, as distâncias entre o Meio de Produção e as Universidades Públicas (por exemplo) são ampliadas cada vez mais por não termos, ainda, uma Lei de Inovação Estadual Regulamentada; embora já tenhamos a Lei de Inovação do Paraná recentemente sancionada em 24 de setembro de 2012 pelo Governo do Estado.

Uma outra forma possível de aproximação entre Ciência e Tecnologia, entre Conhecimento e Produção, entre a Universidade e a Indústria, poderia ser alcançada mediante a efetivação de projetos que objetivassem uma maior iteração entre a Educação e “Sustentabilidade” para a ampla conscientização e realização das chamadas “Boas Práticas”.

Um exemplo significativo desta possibilidade já é observada no projeto "Educar para a Sustentabilidade", desenvolvido pelo Núcleo de Intituições de Ensino (NIE), do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), da Federação das Indústrias (FIEP), projeto este que tem como meta sensibilizar Educadores mostrando a importância do papel dos mesmos como agentes de transformação.

Lançado no ano passado, o “Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade” tem como norteadores a Carta da Terra para Educação, o Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

No último dia 06 de agosto de 2012, no CIETEP da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) foi realizado um “Diálogo sobre o Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade”, promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), por meio do Núcleo de Instituições de Ensino (NEI), da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), quando dialogamos sobre a questão da inclusão da Sustentabilidade nas distintas propostas curriculares e nas práticas educacionais vigentes além de pontuar as questões levantadas nesta redação.

Contudo, é necessário salientar que se percebe a existência de controvérsias sobre os significados do termo “Sustentabilidade” ou, de outra forma, que não são muito claramente consideradas, em geral, aquelas diretrizes ou as primeiras regras sobre o que deveria ser entendido por “Sustentabilidade”. Não há, de outro lado, também, a socialização do significado do termo “Sustentabilidade”, embora sejam solicitadas, em distintos setores da Sociedade, a prática de ações que visem a “Sustentabilidade”.

É suposto que a partir de uma “definição” ou de um “entendimento” comum sobre “Sustentabilidade” poder-se-ia mais adequadamente pensar nas competências a serem desenvolvidas pelos Educadores. Percebe-se que aqueles que se permitem envolver com as correspondentes questões vez ou outra têm dificuldades em nortear suas ações em decorrência de não haver um marco regulatório socializado entre as comunidades que necessitam praticar “Sustentabilidade”. Um padrão de referência à “Sustentabilidade” poderia ser engendrado e tornado público de forma que os interessados convergissem seus esforços mais fácil e rapidamente para o núcleo gerado.

Cabe salientar, ainda, quanto à não generalização do termo “Sustentabilidade” que, infelizmente, na maioria dos casos, de forma geral, o termo “Sustentabilidade” não é adequadamente compreendido pelas Instituições de Ensino. De forma particular, entretanto, é percebido, com preocupação, que muitas das Instituições de Ensino por não manterem relações de proximidade com as Indústrias não têm conhecimento sobre as correspondentes demandadas quanto à “Sustentabilidade”. Assim, as Instituições de Ensino e as Indústrias (juntamente com o Governo) poderiam, o mais brevemente possível, se reunir para estabelecer as diretrizes que contemplassem qual entendimento comum têm sobre “Sustentabilidade”; objetivando, em consequência, a reunião de esforços para o trabalho conjunto em torno da “Sustentabilidade” pensada.

Criada as regras (ou as diretrizes) sobre “Sustentabilidade”, um segundo momento do processo seria despertar a consciência dos cidadãos para agir de forma a reverter o processo de “Sustentabilidade” e suas consequências locais e globais.

É imperativo chamar a responsabilidade de cada um para a necessidade de se garantir a “Sustentabilidade” como benefício para todos. Contudo, sem pensar REGRAS claras sobre a prática da “Sustentabilidade” para o bem comum, dificilmente poder-se-á instituir um compromisso com conseqüências do não desenvolvimento da “Sustentabilidade”. Pensa-se ser necessário um conjunto mínimo de princípios para uma REGULAÇÃO do tema, para poder fazer o processo seguir naturalmente desenvolvendo-se um senso em torno do termo “Sustentabilidade”. As pessoas devem ser orientadas sobre o que é “Sustentabilidade”. Mas, devem ser convencidas, primeiramente, que não há outro caminho a seguir que não seja o da “Sustentabilidade”.

No sentido pretendido, é vital, porém, chamar o Governo para conversar juntamente com a Academia e os demais Setores da Sociedade sobre as diversas questões envolvidas. Marcos regulatórios sobre “Sustentabilidade” são prementes, embora se deva ter consciência que todos são responsáveis pela “Sustentabilidade” e que responderemos em futuro próximo se não a praticarmos efetivamente.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 14/09/2012