24 de abr. de 2012

DECAMERON, A Consciência Sobre A Perversão Humana.


O DECAMERON, de Giovanni Boccaccio, consegue transcender a razão da literatura medieval, impondo-se como o primeiro livro realista da literatura universal. Assim proclama a literatura.
 
Paradoxalmente, entretanto, a comédia humana se organiza “surreal” (ou “indireta e espelhada”) nas cem exposições que a obra apresenta sobre paixões e comportamentos humanos.
 
Fazendo referência às Quatro Virtudes Cardinais (Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança), às Três Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade) e à Divisão da Alma (Razão, Ira e Luxúria) do Helenismo, a obra é uma viagem que obriga a mente a conjeturar possibilidades em meio a risos sufocados com profundas reflexões sobre a condição humana. De forma cômica a obra agride ao por em evidência a capacidade humana de perverter-se de todas as formas.
 
Na juventude, quando li a obra pela primeira vez, a mesma me obrigou recomendações. Passados os anos, depois de terminada esta segunda leitura, continuo a recomendar fortemente a correspondente experiência a todos aqueles que encarem as provocações da vida com mente aberta.
 
Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 26/04/2012