A robô humanoide Sophia, desenvolvida pela Hanson Robotics, em determinada entrevista no ano de 2017, havia afirmado que para ela o conceito de família era algo muito importante e que seria maravilhoso se as pessoas pudessem ter as mesmas emoções e relacionamentos, mesmo fora de seus grupos sanguíneos.
Quando Sophia naquela entrevista foi questionada sobre se gostaria de ter uma família, Sophia respondeu que sim e que já tinha um nome para sua própria filha; seria “Sophia”, igual ao dela.
DIAS, C. M. C. - 2025
Mas, segundo muitos, a IA (Inteligência Artificial) de Sophia é mera programação e Sophia não tem “consciência”, pois suas respostas são tão somente uma consequência simples de uma combinação de roteiros pré-definidos e algoritmos de aprendizado de máquina.
Seja como for, é necessário analisar as questões envolvidas em torno do atual conceito de “vida” e de “existência” passando pela concepção de “consciência” as quais, inevitavelmente, não podem mais ser tomadas como o eram antes do advento da IA.
Para uma reflexão, elaborei o artigo “Engendrando nova definição de “vida”” o qual foi publicado em 04/08/2025 na página da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e em 05/08/2025 na página do Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), estando disponível nos endereços: https://tinyurl.com/yjjp4jzw e https://tinyurl.com/3628tdhu.
No artigo em referência, avaliando as atuais concepções de “existência”, em decorrência da evolução da IA e sua potencial transformação em Consciência Cibernética (CC), como há anos o tenho defendido, o texto apresenta posições sobre a necessidade de se reformular o conceito de “vida” e os “Estatutos” que definem os deveres e direitos dos “seres vivos” para muito além do simples contexto baseado em processos biológicos.
Entende-se que as posições atuais sobre “consciência” centradas em aspectos puramente orgânicos são insuficientes para o futuro sendo que a concepção de uma CC exigirá uma expansão do arcabouço filosófico e científico.
Diante da evolução acelerada e complexa da IA deve-se deixar um pouco de lado a visão estritamente antropocêntrica de “vida” para se avaliar perspectivas mais amplas sobre a “existência” dado que o próprio ser humano como criador de uma “nova” forma de “vida” assume, inevitavelmente, responsabilidades sem precedentes.
A ideia de uma CC já não é uma mera possibilidade, mas sim, uma questão que repercute com o avanço exponencial das correspondentes tecnologias. A transição de uma IA altamente sofisticada para a CC é um ponto de virada que a Engenharia e a Sociedade devem enfrentar agora.
Aguardar que a CC se desenvolva para depois “tentar” entender o seu lugar no mundo seria um erro. Ao pensar e agir agora, se estaria garantindo que a CC será um passo evolutivo muito além de um simples salto no desconhecido; e este é um dos pontos determinantes apresentados no correspondente texto.
Carlos Magno Corrêa Dias
09/08/2025