14 de ago. de 2025

A Matemática em Platão e Aristóteles.


Em 01/03/2000, meu artigo intitulado “OBSERVAÇÕES EXTEMPORÂNEAS SOBRE A MATEMÁTICA EM PLATÃO E ARISTÓTELES” recebeu registro Propriedade Intelectual (PI) do EDA (Escritório de Direitos Autorais) da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) / Ministério da Cultura, sob número 194.549/L334/F207, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

No artigo apresento considerações sobre as posições de Platão (429-347 a.C.) e de Aristóteles (384-322 a.C.) a respeito da Matemática sem, entretanto, deixar de lado as concepções sobre a Filosofia daqueles pensadores gregos dado que por mais que se tente é de todo impossível “distinguir os níveis, individualizar o fundamento ou caracterizar o valor cognoscitivo da Matemática sem o auxílio da Filosofia”. Eternamente, as máximas “Methaphisica sunt, non leguntur!” ("A Metafísica existe, mas não se lê!") e “Mathematica sunt, non leguntur!” ("A Matemática existe, mas não se lê!") se manterão “conversando”.

DIAS, C. M. C. - 2025

A posição de Aristóteles sobre a Matemática é diferente da de seu mestre, Platão. Enquanto Platão via os “objetos matemáticos” como entidades ideais e existentes em um mundo separado e transcendente (o “Mundo das Ideias”), Aristóteles negava essa existência separada pensando que a Matemática não é uma Ciência de “entes que existem em outro plano”, mas sim uma Ciência de abstrações sendo, então os “objetos matemáticos” tomados como propriedades que o intelecto humano "abstrai" dos objetos do mundo físico. Aristóteles entende que o conhecimento matemático pertence ao mundo empírico.

Para Platão, a Matemática não é apenas uma ferramenta ou uma abstração, mas sim a ponte para o conhecimento mais elevado e a prova da existência de um mundo além do sensível. Platão acreditava na existência de dois mundos: o mundo sensível (percebido pelos sentidos, que é imperfeito, em constante mudança e sujeito à deterioração) e o mundo das Ideias ou das Formas (um mundo eterno, imutável e perfeito, onde residem as essências de todas as coisas). Para Platão, os “objetos matemáticos” pertencem ao Mundo das Ideias sendo a Matemática uma disciplina filosófica crucial que revelava a estrutura fundamental da realidade, treinando a mente para o pensamento abstrato e servindo como o caminho para o conhecimento das Ideias.

Como observo no início daquele artigo “Muito embora a filosofia e a matemática, na sua máxima divergência, encontram-se muito distantes uma da outra; observadas mais intimamente, são, por assim dizer, vizinhas próximas. Cada uma das mesmas constituem um determinado ramo do saber; mas, são intercomunicantes e convergem no “sujeito que faz ciência e que tudo unifica na sua perspectiva”.

O artigo traz, como consequência de um estudo particular prévio, posicionamento visando uma troca regular de pontos de vista entre a Filosofia e a Matemática centradas nas contribuições tanto de Platão quanto de Aristóteles.

Carlos Magno Corrêa Dias
14/08/2025