Embora a existência da fome no mundo seja um problema com raízes profundas em questões sociais, econômicas e políticas, é, antes de qualquer avaliação dogmática (ou não), uma questão centrada na “vontade” (seja coletiva ou individual), pois o próprio homem deveria ter o desejo primeiro (incondicional) de jamais subjugar o homem pelo próprio homem por meio da fome.
É sabido que não é pela falta de alimentos que a forme existe uma vez que a produção global de alimentos é, já há décadas, suficiente para alimentar (e bem) toda a população do mundo. Todavia, a distribuição desigual de renda e de recursos impede que as pessoas tenham o devido acesso a alimentos nutritivos. A pobreza extrema cria um ciclo terrível no qual a falta de acesso à educação, saúde e oportunidades limita a capacidade das pessoas de sair da situação de vulnerabilidade, passam fome e morrem por falta de ter os recursos para comprar os alimentos.
A fome se mantém, também, devido às guerras e conflitos armados que mundo afora destroem infraestruturas, interrompem a produção agrícola e deslocam populações, dificultando o acesso aos alimentos. A segurança alimentar é afetada drasticamente pela instabilidade política e pela falta de governança gerada pelos conflitos armados que podem impedir a implementação das correspondentes boas políticas ou mesmo cessar programas vitais para alimentar os menos favorecidos.
Claro, também, que eventos climáticos extremos, mudanças climáticas pesadas, podem vir a reboque, levando à degradação do solo e à perda de biodiversidade, prejudicando, seriamente, a maior e melhor produção de alimentos a longo prazo. Mas, mesmo assim, não se deve esquecer que a geração de alimentos continua sendo suficiente para atender a todos.
Outro fator que contribui no elevando preço dos alimentos e amplia as dificuldades de acesso aos alimentos mais nutritivos é o enorme desperdício ao longo da cadeia de produção o qual segue desde a colheita até o descarte.
Mas, soluções e tecnologias disponíveis existem há tempos. Entretanto, um esforço global conjunto, com a participação de governos, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil, é exigido agora para se construir um futuro sem fome.
DIAS, C. M. C. - 2024
Enquanto existir um único homem passando fome ou morrendo pela falta de ter o que comer sustentabilidade é um objetivo que está muito distante de ser atingido.