19 de jan. de 2024

Matemática para além de atributos fantasiosos.


Vez ou outra, geralmente em momentos característicos de inconformidade, sou chamado a refletir (ou mesmo, a gritar) sobre as falsas (vazias) predições, algo lúdico, por vezes infantil, que se apresentam sobre a matemática na tentativa de se apresentar a mesma como algum “corpo de conhecimento” algo mais brando ou de “fácil” aquisição.

Esta história de se dizer que a matemática é “mágica”, “divertida”, “que desenvolve o raciocínio”, “que é bacana”, “que facilita na resolução de problemas”, ou “que é fácil e gostosa” reúne apenas conjunto de múltiplas falácias e enganação sobre a terrível matemática que acima de tudo é condicionante e exige constante estudo e contínua determinação.

Como em texto anterior já havia proclamado “Falsas predicações não dissimulam a matemática” não tornando-a mais ou menos facilitada, pois bem se sabe que a matemática (enquanto organismo lógico “a priori” gerado a despeito do intelecto humano pela humanidade) não terá sua intensidade e complexidade abrandada por “quaisquer dos fantasiosos predicados” que se desejem (amigável ou protocolarmente) apresentar para impor suavidade à fundamental matemática que é sempre complexa e radicalmente “dura” (implacável, lógica, determinante).

Veja-se, por exemplo, o desenvolvimento formal no qual se parte da função inversa do seno hiperbólico enunciada por y=argsenh(x) e, por sucessivas inferências lógicas, se deduz a própria função inversa do seno hiperbólico y=f(x)=argsenh(x) servindo-se, para tanto, apenas de fundamentais operações de diferenciação e integração intercaladas.

DIAS, C. M. C. - 2016

Simples? Sim. Fácil? Claro que sim também. Elementar, na verdade. Pois, obviamente, é ululante (evidente), é lógico, é tautológico, é fundamental.

Mas, quantos conseguem ler o que se escreveu? Quantos entenderam a sequência de implicações lógicas utilizadas? Como se engendraram (e por quais razões “a priori”, necessárias, mas não suficientes, foram utilizadas) as correspondentes passagens para, por deduções contínuas concatenadas, se sair da informação inicial e se chegar à mesma informação? Qual a relevância de um tal exercício?

Algo bem mais “elementar” como somar “dois e dois” resulta, também, em complexidades múltiplas e incertezas várias dado que que a soma de duas quantidades, por exemplo, pode sim resultar em valor “surpreendente” que não seja o “esperado” e simples “quatro” do sensu comum. Se não, então some-se, por exemplo, “duas” gotas de água com “duas” gotas de água e se terá “uma” poça de água; caso no qual: “2 + 2 = 1”. Ou não?

Insista-se que muito se tem que estudar em matemática para se conhecer pequenas e relativas frações dos múltiplos conhecimentos sobre a matemática e que, certamente, não será utilizando “lúdicos” atributos que se tornará a matemática menos “difícil” ou mais “acessível” para aqueles que dela necessitam.

DIAS, C. M. C. - 2024

Carlos Magno Corrêa Dias
19/01/2024