Miséria humana na visão de um admirável “surrealista”.

“Victor Hugo era um louco que se considerava Victor Hugo”.

“Infelizmente, Victor Hugo foi o maior poeta da França”.

“Victor Hugo era um surrealista genial e ao mesmo tempo um tolo sem antecessor”.

Já em tempos passados havia afirmado que independentemente de como o Mestre Victor-Marie Hugo (1802 - 1885) seja considerado pelos seus admiradores ou detratores, sua influência persiste ano após ano (queiram seus “avaliadores” ou não).

Em particular, seus “Les Misérables” (Os Miseráveis) incomoda, agride, oprime, e, também, machuca; pois ao escancarar a miséria no seu sentido absoluto, sem disfarces, exige de seus leitores renovadas e intensificadas reflexões sobre a dignidade humana roubada dos homens pelos próprios homens.

Conforme já observei no texto “Depuração Introspectiva por Renovado Aprendizado”, publicado em 09/07/2012, a obra “embora, inquestionavelmente, constitua, também, uma produção literária de alto nível e sem igual, é fundamental, entretanto, para que os homens de distintas origens, de diferentes crenças e constituídos de diferenciadas morais abram os olhos sobre a miséria humana. Se esta obra pode ter um valor irmanado, de consenso, entre todos aqueles que a leram, é que a mesma obriga reconhecer, de forma compassiva e solidária, a miséria humana praticada ontem, hoje e sempre”.

Continuo a ressaltar que embora “existam excelentes traduções, nas mais distintas línguas, ler a obra na língua original em que foi escrita é sempre recomendado para não se correr o risco de perder parte alguma da essência, da filosofia (da razão suficiente) da obra. No caso muito particular de “Les Misérables” percebe-se que em outras línguas o estilo narrativo e descritivo perde um pouco da elegância e da riqueza características com que o autor francês dá vida a sua obra escrita em 1862”.

Ao grande Mestre Victor-Marie Hugo nossa lembrança, admiração e sempre saudação.

Que a humanidade possa um dia ser diferente e melhor que a humanidade descrita em “Os Miseráveis” do Mestre o Mestre Victor-Marie Hugo.

Carlos Magno Corrêa Dias
01/07/2021