20 de dez. de 2014

Nova SONDAGEM INDUSTRIAL preocupa pelo forte pessimismo.

     
Na semana passada recebemos os resultados da nova SONDAGEM INDUSTRIAL 2014/2015 do Paraná (A visão dos líderes industriais paranaenses), a décima nona já realizada, a qual vem evidenciar que as expectativas e previsões do Setor Industrial do Paraná para 2015 são as piores dos últimos dezenove anos.

Realizada no mês de novembro, pela FIEP, em parceria com o SEBRAE, a SONDAGEM INDUSTRIAL 2014/2015 do Paraná corrobora, uma vez mais, a posição que a falta de uma Política Industrial no Estado do Paraná e no Brasil, bem como, a inexistência de um efetivo Projeto de Estado vinculando Governo, Academia e Indústria para o desenvolvimento da Nação são fatores determinantes para vislumbrar um cenário que se mostra gravemente pessimista e preocupante para o desenvolvimento e progresso do Estado e do Brasil.

Os quadros futuros não são otimistas e promovem acentuada preocupação em todos aqueles que objetivam que a Tríplice Hélice possa girar continuamente com a necessária intensidade.

Muitas são as evidências apresentadas que corroboram as precedentes observações, mas quando a pesquisa nos informa que apenas 5,37 por cento do treinamento da força de trabalho da Indústria se manterá oriunda das Universidades (tipo as Universidades Tecnológicas) fica-se, no mínimo, perplexo, senão extremamente preocupado; porquanto, notadamente, a Tríplice Hélice não terá como girar. Há uma previsão que 87,17 por cento do treinamento do trabalhador da Indústria ou continuará a ser realizado no próprio trabalho, ou em cursos internos ou nas Casas do Sistema S; sendo estimado, ainda, que 5,55% do treinamento realizado será possibilitado por outras Instituições de Ensino (tipo FGV, ISAE) e que 1,91% não terá qualquer treinamento.

Semelhante quadro demonstra, possivelmente, que a Universidade brasileira continuará não cumprindo seu objetivo precípuo. A Universidade foi pensada para gerar conhecimento útil e necessário para promover a melhoria de vida das Pessoas e para produzir desenvolvimento e progresso das Nações. Outras de suas funções até poderiam ser relegadas, em dada medida, a um segundo plano; mas jamais poderíamos, nós, a Universidade, nos distanciarmos do mundo real.

Na contramão dos exemplos de sucesso mundiais, insistimos em velhos erros e ficamos reclusos nos Castelos das Ciências. Não realizamos Extensão, não conversamos com o Mundo Real, com a Indústria, com o Comércio, com a Sociedade. Como se em uma ilha vivêssemos contamos as nossas próprias histórias tendo por pano de fundo as seguras bases das Ciências que nem sempre conseguem conversar com o dinamismo e rapidez das Tecnologias em desenvolvimento contínuo.

É urgente entender que uma Indústria Forte garantirá uma Nação Soberana. A manutenção de velhas práticas políticas (em nada inovadoras) obrigam o Brasil a se manter subdesenvolvido em diversos setores. Não há progresso e desenvolvimento sem PDI (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), sem aproximação entre Indústria e Academia, sem relações estreitas entre Ciência e Tecnologia.

Somente haverá pleno desenvolvimento quanto a Universidade entender que deve conversar com a Indústria e com o Meio de Produção (em geral) e compartilhar estudos e soluções. A pesquisa deve ser, também, aplicada. Somente pesquisa teórica não agrega valor, não gera divisas, não produz riquezas. A Universidade além de gerar conhecimento útil deve agregar valor ao que produz. É incompreensível mantermos as enormes distâncias entre Ciências e Tecnologia. A Universidade vive enclausurada em seus castelos teóricos enquanto, por exemplo, a Indústria alça voo no mundo das possibilidades por intermédio das Tecnologias.

PDI sempre foi o caminho. Basta olhar para as grandes potências mundiais desenvolvidas. Pesquisa sem gerar o necessário desenvolvimento de Produtos, Serviços ou Processo (que possam ser patenteados) não tem o menor sentido.

Mas, a Sondagem Industrial pode contribuir como alerta. Pensada com o propósito de identificar como o Industrial perspectiva o ambiente de negócios futuro, a Sondagem Industrial constitui, também, instrumento para, dentre outras aplicações, promover a definição de estratégias de ações no Meio Industrial, bem como, para fornecer subsídios ao Setor Público para a elaboração de políticas voltadas ao Setor Industrial.

Para conhecer a SONDAGEM INDUSTRIAL 2014/2015 na integra, acessar: http://www.fiepr.org.br/para-empresas/estudos-economicos/uploadAddress/Sondagem__Industrial_201415%5B59761%5D.pdf.

Carlos Magno Corrêa Dias
20/12/2014