Em 2014, os correspondentes trabalhos completam 30 (trinta) anos de pesquisas na área de Neurociência e uma década e meia de pesquisas com interfaces cérebro-máquina. No Brasil, o projeto ANDAR DE NOVO é liderado pelo IINN-ELS (Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra) e tem como parceira a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) de São Paulo.
De acordo com os pesquisadores, o Exoesqueleto do projeto ANDAR DE NOVO tem seu funcionamento acionado a partir de uma “Touca Eletrônica” que é capaz de captar as atividades elétricas do cérebro por eletroencefalografia. Assim, quando o usuário pensa (“imagina”) que está caminhando os correspondentes sinais produzidos por seu cérebro são coletados pela “touca” e enviados para um computador localizado nas costas do Exoesqueleto. Programas especialistas, então, decodificam semelhantes informações mandando instruções aos membros artificiais da “Veste Robótica” (o Exoesqueleto) para executar os movimentos de caminhar que o usuário pensa executar. Cada vez que o Exoesqueleto toca o chão o usuário sente em seus braços uma vibração devido a sensores eletrônicos colocados na sola do pé da “Veste Eletrônica” para informar que o passo foi dado. Desta forma, o estímulo indica ao usuário que deve pensar novamente em andar o que desencadeia uma vez mais todo o processo de caminhar do equipamento.
No último dia 12 de junho de 2014, durante a abertura oficial da COPA 2014 de Futebol, na Arena Corinthians, o Exoesqueleto do Projeto ANDAR DE NOVO foi testado com sucesso quando um usuário com paraplegia completa de tronco inferior e membros inferiores deu um "chute simbólico" com a perna direita em uma bola de futebol. Um grande GOL para a simbiose entre a Ciência e a Tecnologia.
O Exoesqueleto do projeto ANDAR DE NOVO foi batizado de "BRA-Santos Dumont I". A apresentação na Arena Corinthians foi apenas para o público conhecer o projeto, pois a divulgação para o mundo científico está sendo realizada mediante a publicação de diversos artigos em revistas especializadas já há algum tempo.
Conforme informado pelos pesquisadores do projeto ANDAR DE NOVO os estudos seguem intensificados para tornar o Exoesqueleto uma alternativa efetiva e viável que permitirá contribuir para que as pessoas com problemas de mobilidade possam “andar de novo”.
Carlos Magno Corrêa Dias
14/06/2104