30 de set. de 2013

REATIBA Conclama a Inclusão das PcD.


No último dia 20 de setembro de 2013 tive a grata satisfação de participar do VI REATIBA (Reabilitação, Inclusão e Tecnologia), a convite do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE).

O VI REATIBA, promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), instituição ligada ao Serviço Social da Indústria do Paraná (SESIPR), da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), tratando do tema “Novos Caminhos para a Inclusão”, abordou questões como: “Inclusão como Corresponsabilidade”, “Emprego Apoiado” e “Legislação de Cotas e Inclusão de PcD (Pessoas com Deficiência) no Mundo do Trabalho”.

No início do evento foram ressaltadas a importância de se promover a ampla discussão do tema da Inclusão das PcD nas Empresas e Instituições, a história dos REATIBAS alinhada com a própria história do CPCE, bem como, o fato do tema “Inclusão das PcD” ser plataforma considera de forma efetiva no Núcleo de Indústria e Sindicatos (NIS) do CPCE, da FIEP.

No desenvolver do VI REATIBA, entretanto, foram apresentadas considerações que objetivaram dar um panorama geral da atual situação sobre a Inclusão das PcD no Estado do Paraná, considerando, de um lado, observações sobre as Leis relacionadas com Cotas e Inclusão das PcD enquanto “medida de ação afirmativa e uma forma de oferecer acesso ao trabalho às PcD” e, de outro, as diversas dificuldades tanto do meio produtivo em incluir as PcD quanto das próprias PcD em vencer seus preconceitos e do mundo real (como um todo) no que diz respeito à inclusão profissional. Cabendo ressaltar, a seu tempo, que considerou-se, muito intensamente, a cultura do preconceito como um dos principais fatores contrários à inclusão das PcD no mundo do trabalho.

A despeito, porém, do preconceito em referência, fez-se notar as diversas outras dificuldades encontradas pelas PcD para ingressar no mundo do trabalho dado que as empresas brasileiras empregam apenas 18% do contingente exigido pela Lei. Consideramos, também, que parte das razões deste baixo percentual talvez seja fruto do desconhecimento por parte do empresariado que a contratação de PcD não representam somente custos e podem ser, efetivamente, fator de desenvolvimento

Em meio às discussões realizadas pudemos considerar outro dos fatores importantes que impedem a inclusão de PcD no mercado de trabalho que está relacionado com a baixa qualificação das PcD, pois, com poucas exceções, as PcD enfrentam diversas dificuldades para frequentar escolas regulares ou ensino profissionalizante. De outro lado, porém, colocamos em evidência que as empresas além de ter muitas dificuldades de localizar as PcD, têm que enfrentar a grande rotatividade das PcD capacitadas, pois como o número de PcD capacitadas é pequeno estas acabam sendo disputadas pelas empresas estabelecendo um "turnover" acima das médias de mercado.

Durante o evento foi lembrado, em particular, que o dia 21 de setembro foi instituído como o “Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência” e que naquele dia seriam realizadas diversas ações objetivando a conscientização para a inclusão das PcD no Mundo do Trabalho.

Uma de outras questões particulares tratadas no desenvolver do evento foi a metodologia do “Emprego Apoiado” que, por sua vez, constitui procedimento dirigido que objetiva a inclusão “mais significativa” de PcD no mercado competitivo de trabalho ao se respeitar e reconhecer escolhas, interesses e pontos fortes das PcD; ficando bem caracterizado que a atual luta da metodologia do “Emprego Apoiado” é “contra a institucionalização das pessoas em situação de incapacidade”.

Como última ação no evento foi realizada uma Mesa Redonda da qual participaram especialistas presentes sendo promovido um diálogo e a troca de informações relacionadas com a aplicabilidade das Leis relacionadas à inclusão das PcD, bem como, como é possível cumprir as Leis, ou antes, foram levantados e discutidos questionamentos sobre a possibilidade de cumprir ou não tais Leis dados os diversos e difíceis problemas envolvidos.

O VI REATIBA veio intensificar a necessidade de se compreender que a “Inclusão das PcD é uma corresponsabilidade” e que é mais que urgente “desmistificar a ideia que as PcD possuem estabilidade em seus empregos por serem PcD”. Consideramos, então, a intensificação de ações voltadas à promoção de mudança de mentalidade no sentido que seja percebido que as PcD qualificadas podem desempenhar funções da mesma forma que as pessoas sem deficiência.

Ficou evidenciado, também, que o não entendimento (e consequente, não cumprimento das respectivas Leis) talvez seja o fator de maior dificuldade para a se realizar a inclusão das PcD. A grande rotatividade das PcD nas empresas, também, gera dificuldades. Mas, embora as PcD possam trabalhar em praticamente todos os ramos do meio de produção e da economia, o preconceito ainda é o maior impeditivo para a inclusão das PcD nas empresas. As empresas não percebem facilmente que a PcD, assim como qualquer outra pessoa, pode sempre desenvolver suas habilidades e contribuir seguidamente para o crescimento das empresas. Neste sentido, a quebra do atual paradigma é urgente.

O VI REATIBA cumpriu seu papel e nos convidou, uma vez mais, à reflexão sobre a inclusão das PcD no Mundo do Trabalho. Parabéns aos organizadores pela iniciativa e pelo necessário trabalho desempenhado. Que consigamos vencer o absurdo preconceito cultural e histórico em relação às PcD e que cada vez mais PcD estejam trabalhando para o desenvolvimento de nossa nação.

Como postei em 21/09/2013, em razão do “Dia Nacional de Luta das PcD”, Sejamos Beneficiários e Protagonistas de um Mundo Inclusivo.

Carlos Magno Corrêa Dias
30/09/2013