4 de jul. de 2013

Engenharia Lógica Conversa com a Indústria.


Objetivando promover a aproximação e consequente interação entre a Indústria do Setor Metal Mecânico e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), foi realizado no último dia 02 de julho de 2013, no Campus Curitiba da UTFPR, a Primeira Rodada Tecnológica do Setor Metal Mecânico, a qual foi promovida pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), por meio dos Observatórios SESI/SENAI/IEL e da UTFPR.

Alavancando oportunidades tanto de negócios quanto de pesquisas o evento constituiu importante momento quando nós, professores e pesquisadores da UTFPR e representantes das Indústrias, tivemos a oportunidade de considerar nossos estudos e pesquisas para atender eventuais demandas das Indústrias do Estado do Paraná. Presente ao evento, como um dos trinta e oito pesquisadores da UTFPR que aceitaram o convite de participação, tive a oportunidade de apresentar, de acordo com a agenda previamente definida pelos organizadores, parte de meus estudos e pesquisas na área de conhecimento que tenho chamado de “Engenharia Lógica”.


Independentemente das possibilidades de negócios gerados, das consultorias firmadas, das pesquisas contratadas, ou de quaisquer outros aspectos possíveis a considerar, vejo o encontro como uma iniciativa muito importante na tentativa de uma aproximação efetiva entre a Indústria e a Academia, justaposição esta que venho defendendo há algum tempo. Somente quando Indústria e Academia se unirem para a solução de problemas comuns é que conseguiremos promover a necessária relação entre Ciência e Tecnologia para atingirmos o desenvolvimento adequado para a nossa Nação.

Considerando apenas alguns métodos e técnicas formais de avaliação e de correção de processos ou de serviços decorrentes dos estudos e pesquisas que tenho desenvolvido em Engenharia Lógica, campo no qual desenvolvo metodologias formais para a aquisição de conhecimento logicamente estruturado, fiz observar as vantagens decorrentes de tais técnicas e métodos quando aplicadas em quaisquer setores da Indústria que objetivam, de um lado, a otimização dos processos e serviços e, de outro, que obrigam evidenciar as possíveis situações contraválidas ou contradições existentes nos distintos setores das Instituições para a imediata correção quando se venha pretender a necessária otimização do sistema avaliado como um todo.


O procedimento que apresentei consiste, em linhas muitos gerais, basicamente, em um primeiro momento, na decodificação dos processos e serviços desenvolvidos na Indústria para transformação dos mesmos em estruturas formais independentes da materialidade das estruturas manipuladas nos distintos setores da Indústria estudada (segundo uma analítica própria que estruturei). As rotinas ou atividades dos distintos setores são transformadas em códigos os quais agrupados em sentenças analíticas passam a constituir informações bivalentes e dicotômicas de uma linguagem artificial estrita e determinante (representativa da realidade da empresa) que sofrerá a ação de uma álgebra (de um cálculo, segundo operações e relações formais) segundo propriedades lógicas e matemáticas específicas que criei para se avaliar a consistência e a validade dos modelos analíticos construídos.

Em uma segunda fase, as sentenças formais geradas são avaliadas segundo as restrições do modelo formal gerado objetivando a consistência, a unicidade, a correção e a completude total para obtenção da otimização, eliminando todos os agentes que, eventualmente, não venham garantir a correção final do sistema como um todo. São assim, a partir do mapeamento da Indústria em estudo, estruturados diversos argumentos dedutivos (finitos) que são postos em análise para eliminar qualquer procedimento que venha gerar contradição (erro) no sistema como um todo. 

Depurado o modelo, retirado tudo aquilo que é desnecessário, constrói-se uma “máquina” formal (dissociada da materialidade ou da realidade) que permitirá ser gerenciada sob a ótica da consistência para garantir resultados ótimos, modelo este que, também, permitirá garantir escolhas dependendo dos rumos que se objetive seguir. A empresa é, então, transformada em um conjunto de fórmulas proposicionais que se relacionam para manter a lógica e a consistência pretendida.
 

Em uma terceira fase é construído um mapa de decisão formal (tomando-se por bases as fontes construídas na fase anterior) centrado na concepção dedutiva que identificado estritamente o conjunto finito de informações (não prolixas, mas imprescindíveis), ditas premissas da realidade da empresa, seja, sempre possível ao gestor gerar novas conclusões (ou resultados) ou prever futuras consequências as quais, por sua vez, passarão a integrar o conjunto inicial de informações formando um novo núcleo mais potente que obrigará, na sequência do desenvolvimento, novas consequências; num processo sucessivo de detalhamento e evolução contínua da empresa.
 

O modelo proposto foi considerado com entusiasmo pelos participantes com os quais tive a oportunidade de conversar e foram perspectivadas futuras ações no entorno do mesmo, atingindo, em consequência, neste caso em particular, o propósito daquela primeira Rodada Tecnológica que foi pensada no sentido de aproximar a demanda por pesquisas da Indústria e a oferta de pesquisas da Universidade.
 

A Engenharia Lógica que estou estruturando possui outros dispositivos e alcances e estão relacionados com estudos e pesquisas que venho desenvolvendo nos últimos anos. 

Atualmente conduzo três projetos de pesquisa associados à minha Engenharia Lógica. Dois destes projetos são intitulados como “Lógica Sentencial” e “Cálculo Lógico Inferencial” os quais se transformarão em livros que devo editar e publicar até o final deste ano de 2013 ou, mais tardar, no primeiro semestre de 2014. Em tais estudos objetivo o tratamento formal dos cálculos lógicos para a estruturação de uma analítica forte mais estrita para o tratamento lógico da legitimidade de argumentos dedutivos sentenciais decodificados.
 

Já no projeto Engenharia Lógica, propriamente, tenho objetivado o desenvolvimento de métodos e técnicas específicos para a avaliação e correção formal de raciocínios dedutivos estruturados a partir da codificação e decodificação de proposições utilizadas na fundamentação de teorias das ciências (em geral) e das ciências exatas (em particular) em conformidade com as lógicas formais e com a filosofia analítica com vistas à aplicação na resolução de problemas do mundo real.
 

Carlos Magno Corrêa Dias
04/07/2013