8 de set. de 2020

Parece impossível celebrar futuramente o dia da alfabetização.


Em 8 de setembro, Dia Internacional da Alfabetização, o mundo civilizado e alfabetizado que entende o valor da qualidade da educação para a soberania e o desenvolvimento de uma nação está em festa celebrando as inúmeras conquistas de seus cidadãos alfabetizados.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1967 e constituí um chamado para se acabar com o analfabetismo e para melhorar a qualidade da alfabetização no mundo.

O Brasil, porém, que continua a disputar as últimas colocações em avaliações comparadas internacionais sobre educação, que ocupa, ano após ano, as primeiras posições no ranking dos países com pior nível mundial de aprendizado de suas crianças, que se classifica nas primeiras posições como um dos países mais ignorante do mundo, que ocupa as primeiras posições entre os países com o maior número de analfabetos do mundo (sejam eles analfabetos totais ou funcionais), que se distingue como um país que possui mais da metade da sua população adulta sem ter completado o ensino médio, que contabiliza enormes contingentes de cidadãos sem instrução formal alguma, que possui uma parcela muito pequena da população com ensino superior completo, que contabiliza milhões de cidadãos que sequer conseguem escrever seus próprios nomes, não tem o que comemorar nesta data. Grave, vergonhoso.

O mais triste, entretanto, é que o Brasil, ao que tudo indica, no próximo Dia Internacional da Alfabetização (em 2021), não terá motivos para comemoração alguma também.

Carlos Magno Corrêa Dias
08/09/2020