21 de ago. de 2024

Domando dados a partir do CP 500 e do IBM PC 5150.


A partir do primeiro semestre de 1979, iniciando trabalho na companhia de seres como o CP 500 e o IMB PC 5150, já se completam 45 anos (quase meio século) de trabalho e relacionamento intelectual com as Ciências e com as Tecnologias dos Dados, com as máquinas computacionais e seus sistemas lógicos.

Muita Inovação e Resiliência para fazer Disrupção nas décadas de 1970 e 1980 quando se experimentavam contínuas e acentuadas transformações no campo das TIC (Tecnologias da Comunicação e Informação), campo este que, na verdade, sequer existia, pois a Internet no Brasil começou lá por 1995. A primeira rede acadêmica brasileira foi criada um pouco antes, em 1992, com sua “incrível” capacidade de 64 Kb/s.

DIAS, C. M. C. - 2024

No início de tudo trabalhei com o robusto e versátil computador de porte médio CP 500 (da Prológica), nas décadas de 1980/1990. Experiência fantástica. O CP 500, de fabricação brasileira, compatível com o computador TRS-80 Modelo III norte-americano, possuía um processador Zilog Z80A, de 8 bits, com 2 MHz, com memória RAM entre 48 Kbytes e 64 Kbytes, com memória ROM de 16 Kbytes.

No mesmo período, tive (em casa) um IBM Personal Computer (PC) 5150, o IMB PC 5150, máquina que operava com Sistema Operacional: IBM BASIC / PC DOS 1.0, CP/M-86, UCSD p-System (da Microsoft); tinha CPU com processador INTEL 8088 de 4,77 MHz; memória de 64 KB RAM e de 40 KB ROM; duas unidades de disquetes de 5,25 polegadas; sem disco rígido; conectado a um monitor IBM 5151 um monitor monocromático TTL de 2 polegadas que somente mostrava na tela cores verdes porque usava fósforo P39.

Éramos vistos como os “homens das máquinas”, tipo “montadores de dragões”, ou algo do tipo, surreal. Quem “programava em computador digital eletrônico” não era considerado “trivial”. Possuíamos a primazia de "conversar" bem com aquelas primeiras máquinas de computação. Poucos, entretanto, se aventuravam em programar em linguagens de alto nível como FORTRAN (“Mathematical FORmula TRANslation System”) e COBOL (“COmmon Business Oriented Language”); e muito menos, ainda, em linguagem de máquina (linguagem de baixo nível) como o Assembly.

Particularmente arrasava em FORTRAN e COBOL. Mas no Assembly (“a praia mais ensolarada”) era determinante nos meus programas tendo em vista as íntimas relações estruturais existentes entre a Matemática (em particular no campo da Lógica, que entendia bem) com as operações fundamentais para a execução de algoritmos mais complexos. Chegaram a dizer que eu “enxergava os códigos sem vê-los” devido ao meu domínio sobre os códigos hexadecimais e códigos binários que adequadamente desenvolvia e fazia estender.

Tempos memoráveis que geraram os diferentes campos das Ondas de Inovação e das Revoluções Industriais que se seguem e cuja lembrança se festeja com júbilo.

Carlos Magno Corrêa Dias
21/08/2024