Como sempre defendo, na Academia, na Universidade, nos Cursos de Graduação, nas Pós-Graduações, principalmente nos Cursos das Áreas de Ciências Exatas e de Tecnologias, não sou favorável que seja adotado um único livro por disciplina como se aquela obra fosse uma “cartilha” ou a derradeira “fonte do saber”.
DIAS, C. M. C. - 2021
Seguidamente observo que deve ser utilizada uma gama diversificada de livros não somente para mais adequadamente compreender os temas tratados como, também, e principalmente, para ampliar os horizontes.
Não se deve estudar ou ensinar quaisquer temas limitando-se ao “enfoque” ou à “visão” (estrita) de um único Autor. Os diversos EXCELENTES LIVROS devem ser consultados para se aprender e apreender dado que a adoção de um único livro (como cartilha) contribui para se manter o processo apenas limitado, sem outras perspectivas.
Tem-se, entretanto, nas nossas Academias uma cultura de definir mínimos na bibliografia de disciplinas. Semelhante posicionamento é muito prejudicial ao nosso progresso enquanto Nação e para a formação do futuro profissional em um mundo em constante mudança e desenvolvimento.
Se na Graduação tem Estudante que nunca comprou um livro, sabemos que a maioria dos Profissionais depois que sair da Academia nunca mais irá adquirir um livro sequer (e isto é muito grave).
Quem foi meu Aluno tanto na Graduação quanto na Pós-Graduação sabe que jamais o semestre seguinte de uma mesma disciplina por mim lecionada foi igual ao semestre anterior. Sempre, tanto a forma de abordagem quanto o grau de complexidade de apresentação dos correspondentes temas tratados, são em alguma medida modificados, pois, seguidamente, “bebo do conhecimento nas mais diferentes e distintas fontes”.
Nas minhas listas de exercícios resolvidos fornecidas frequentemente aos Alunos sempre apresento três ou mais soluções para um mesmo exercício (geralmente para aqueles problemas mais complexos ou abrangentes). O que sempre foi motivo de estranheza para alguns e de incomodo para outros tantos.
Mas, como sempre digo “os problemas (principalmente em matemática) possuem infinitas formas de soluções, embora, é claro, exista (sim, em matemática) aquela forma áurea, especial, condicionada à abordagem, mas que não é, também, em absoluto, única.
Acreditar que o conhecimento esteja todo inserido apenas no limite físico das folhas de um livro é sinal de ingenuidade.
Nos meus mais de 40 anos de vida profissional jamais ministrei uma única aula levando livros para a sala de aula, mas sempre tratei os diversos assuntos que lecionei com base em intensa, extensa e diversificada consulta aos livros, pois entendo que assim deva ser o normal.
Detalhe, antes que se pergunte, nunca, jamais lecionei um único conteúdo servindo-me daqueles “papeizinhos” de apoio que se tornou “usual” para a maioria daqueles que querem ser chamados de “professores”.
O mundo é quântico; sempre foi. Diversidade de abordagens não somente é necessária quanto determinante.
Carlos Magno Corrêa Dias
19/05/2021