15 de set. de 2018

Caminhos para falar sobre o suicídio.

                
No último dia 12 de setembro de 2018, no Câmpus da Indústria do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Sistema Fiep), participei do II Seminário de Prevenção do Suicídio o qual teve por tema “Precisamos falar sobre isto”.

Organizado pelo Sesi-PR (Serviço Social da Indústria - Paraná) do Sistema Fiep no evento discutimos questões relacionadas com os mitos e verdades sobre o Suicídio, bem como consideramos os principais fatores de risco e de proteção associados.

O Suicídio é o ato ou efeito de suicidar-se; ou seja, é o ato intencional de matar a si mesmo.

Embora sejam elevados os índices de suicídios o tema é pouco tratado e de forma muito silenciosa discutido.

O número de suicídios no mundo é a segunda causa de morte no planeta entre jovens de 15 a 29 anos (a primeira é a violência). No Brasil o suicídio tem sido a quarta causa de morte nessa mesma faixa etária (violência e acidente de trânsito são as primeiras causas). Assim, é exigido falar e conhecer mais sobre o suicídio.

No Brasil, todos os dias são cerca de trinta e duas (32) pessoas que tiram a própria vida e no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) quase 1 milhão de pessoas se matam por ano o que corresponde a um suicídio a cada quarenta (40) segundos. Mais assutador ainda é o fato que para cada suicídio tem-se de dez (10) a vinte (20) outras pessoas que, também, tentaram se matar.

No Brasil as taxas de suicídio aumentam gradativamente enquanto que na maioria dos países está caindo. No período entre 2000 e 2016 os casos de suicídio no Brasil saltaram de 6.780 para 11.736, uma alta assustadora de 73%. Jovens e idosos são as populações que apresentaram maiores taxas de crescimento.

O suicídio deve ser tratado como um problema de Saúde Pública e a prevenção é exigida de forma a identificar as possibilidades que levam as pessoas a consumarem o ato de tirar a sua própria vida. A OMS é taxativa ao defender que 90% dos suicídios poderiam ser evitados. Todavia, o desafio da prevenção é enorme. Cerca de 60% das pessoas que se suicidam jamais tiveram a oportunidade de consultar um psicólogo ou psiquiatra.

A despeito das dificuldades enfrentadas para se identificar se uma pessoa pretende cometer suicídio o primeiro passo para a prevenção é sempre “falar sobre o suicídio”. Uma escuta acolhedora e sem julgamentos pode, também, ser um primeiro e importante passo na prevenção. Mas, percebendo-se a possibilidade iminente do suicídio é imprescindível a busca imediata por ajuda médica especializada com auxílio da Psiquiatria ou da Psicologia.

Em muitas das vezes, entretanto, é possível perceber alguns sintomas que acometem os suicidas, pois estes apresentam:
(a) aparência de serem um incômodo para as demais pessoas próximas;
(b) acentuada falta de esperança de forma a demonstrar que as dificuldades somente seriam solucionadas com o fim da vida;
(c) expressões verbais que a vida perdeu o sentido;
(d) mudança de comportamento que evidenciam a perda do interesse por algo de que se tinha grande apreço;
(e) nítido sofrimento psíquico, mas rejeitam o auxilio profissional;
(f) melhora súbita de humor embora estivessem nitidamente deprimidas ou depressivas;
(g) a necessidade de utilizar abusivamente drogas, o álcool ou remédios.

Carlos magno Corrêa Dias
15/09/2018