21 de jul. de 2024

Transcendendo com brilho o centenário.


O ex-Combatente da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que serviu na Segunda Guerra Mundial, Otto Eduardo Kuhr, Pracinha, Cobra Fumante, FEBiano, em 13 de julho, completou seus 103 anos de vida.

DIAS, C. M. C. - 2024

Nascido em Massaranduba (SC) em 13 de julho de 1921 o então jovem Otto Eduardo Kuhr embarcou para os sangrentos campos de batalha da Itália em 22 de setembro de 1944 e atuou nas campanhas de Montese e Monte Castello. Quando foi convocado para a guerra servia ao Exército em Itajaí (SC). Ao retornar ao Brasil se casou e passou a morar em Joinville (SC).

O eterno Pracinha Otto Eduardo Kuhr, que defendeu na guerra a liberdade com sua vida, é dono de uma memória invejável e brinda os ouvintes com lembranças dos sofridos tempos da guerra dando sempre destaque especial à Batalha de Monte Castelo a qual foi, segundo sua avaliação, crucial para por fim àquele horrível conflito que tirou a vida de muitas pessoas dentre soldados, civis e seus amigos.

Vez ou outra faz recordar que depois da Batalha de Monte Castelo teve a coragem de pedir a então namorada, Irmagard, em casamento. “Mandei uma carta, através do Exército, e foi assim que noivamos, por carta”, relata o FEBiano.

Em muitas das vezes reservado sobre questões mais duras sobre a guerra não costuma falar muito, pois nem sempre gosta de compartilhar as tristes lembranças que tem daquele “horroroso” conflito. Mas, segue contando alguns episódios. “Trabalhava no pelotão de transmissão da companhia de petrechos pesados, de morteiros e metralhadoras. Éramos os responsáveis pela comunicação entre o batalhão e a companhia. ... Quando uma linha (do sistema de comunicação) arrebentava, a gente tinha que ir consertar, e tinha que ir armado, porque as vezes a gente acabava indo parar na frente de batalha”, relembra, na simplicidade, o Imortal Herói de guerra.

De tempos em tempos, o FEBiano, puxando pela memória, vai encantando os ouvintes contando, entretanto, com riqueza de detalhes, os acontecimentos vividos. “Também lembro que foram os brasileiros que encontraram uma solução para um problema que estava levando muitos soldados para o hospital. Como o inverno era muito rigoroso, era comum os pés congelarem nas trincheiras, à noite. E os brasileiros inventaram de por feno dentro das galochas. Para variar, o velho jeitinho brasileiro resolveu a questão, e os americanos também passaram a adotar esta tática”. Apenas, brilhante, genial.

Logo que retornou da guerra o Pracinha Otto Eduardo Kuhr pediu baixa do Exército e por 39 anos trabalhou até se aposentar como Inspetor de Segurança em uma empresa de indústria e comércio localizada em Joinville (SC).

Hurra! Hurra! Hurra! Salve, Salve! Salve! Salve Cobra Fumante Pracinha FEBiano Herói Ex-Combatente Otto Eduardo Kuhr!

Carlos Magno Corrêa Dias
21/07/2024