31 de jul. de 2024

Realidade condicionante "a priori".


Por força da necessidade (e/ou do destino) descobri, há 45 anos atrás, quando iniciei minha Carreira Profissional, um talento (ou capacidade inerente) para programar em linguagens de alto nível como FORTRAN (“Mathematical FORmula TRANslation System”) e COBOL (“COmmon Business Oriented Language”) e, também, em linguagem de máquina (linguagem de baixo nível) como o Assembly, quando comecei a brigar com o CP 500 da Prológica um computador nacional com (na época) incrível processador Zilog Z80A, de 8 bits, com 2 MHz, com memória RAM entre 48 Kbytes e 64 Kbytes, com memória ROM de 16 Kbytes, o qual era compatível com o famoso TRS-80 Modelo III norte-americano (pouco conhecido da maioria).                                   

DIAS, C. M. C. - 2024

Particularmente, fazia sucesso em FORTRAN, linguagem valiosa para aplicações científicas e matemáticas, conhecida pela potente capacidade de realizar operações e computação intensiva; criando programas (“pesados”) muito utilizados.

A computação intensiva (aplicável especialmente em simulações científicas, modelagem matemática e análise de grandes volumes de dados), em particular, chamava minha atenção e me desafiava por permitir utilizar recursos computacionais avançados objetivando a realização de CÁLCULOS cada vez mais complexos e processamento de dados em grande escala. Naqueles tempos, as possibilidades de processamento de grandes conjuntos de dados de forma eficiente, facilitando, em muito, operações como acesso rápido aos elementos e desenvolvimento de poderosos cálculos matemáticos vetorizados e a manipulação de dados multidimensionais me impulsionavam a gerar soluções cada vez mais ótimas também balizadas pelas Matemáticas.

Em Assembly criei programas interessantes (para não dizer “incríveis”, modéstia à parte). Dominava os códigos hexadecimais e com os binários fazia a festa literalmente. “Enxergava os códigos”, como diziam. E Assembly escrevíamos códigos de máquina que permitia gerar instruções em um formato mais compreensível do que o código binário puro. Embora bem mais difícil de programar (em comparação com linguagens tipo FORTRAN, COBOL, Pascal, Prolog ou BASIC (“Beginner’s All-purpose Symbolic Instruction Code”)), me divertia com as instruções em Assembly. Enxergar os códigos é dominar os algoritmos para conversar com os números flertando com os símbolos.

Nas décadas iniciais da disseminação (e uso) do conhecimento da Informática e do crescimento da Indústria de Computadores no Brasil, tempos especiais de pura inovação, de grande invenção, de constante disrupção (mudanças), de acentuada resiliência, já nos preocupávamos, diariamente, em desenvolver as ações profissionais centradas nos valores da atual Onda de Inovação e Revolução Industrial. Inovação, Disrupção e Resiliência sempre estiveram lá na prática profissional para tornar as realidades subjacentes mais eficientes (mais “reais”), principalmente, no campo da Computação.

Carlos Magno Corrêa Dias
31/07/2024